Mulher é expulsa de casa por família muçulmana após aceitar Jesus na Somália
- 25/06/2025
Uma cristã na Somália foi expulsa de casa e ameaçada de morte após a família muçulmana descobrir que ela aceitou Jesus.
“Não me arrependo de ter abraçado o cristianismo; sinto muita paz no coração”, disse a mulher ao Morning Star News, que não foi identificada por motivos de segurança.
“Jesus tem sustentado a mim e às crianças nos últimos três meses, e sei que Ele continuará sustentando”, acrescentou.
A cristã é mãe de três crianças com idades entre 5 a 9 anos. O marido, de 31 anos, se divorciou dela recentemente após sua expulsão da propriedade da família na vila de Jamaame, Kismayo, em março.
Seu processo de conversão começou depois que um cristão local a levou, com seus filhos, para assistir ao 'Filme Jesus' na véspera de Natal.
“Em 20 de janeiro, decidi entregar minha vida a Jesus, desde então, experimentei uma paz incrível em meu coração e em minha vida”, afirmou ela.
Depois de assistir ao filme, ela decidiu mostrar a produção aos pais. Então, durante o Ramadã, eles assistiram juntos:
“Enquanto assistia ao filme sobre o sofrimento de Jesus na cruz, chorei e disse: 'O Filho inocente de Deus sofrendo pelos pecados da humanidade'. Meu pai se sentiu incomodado com a minha declaração de que Jesus é o Filho de Deus”.
Para seu pai, Cristo não era o Filho de Deus, e sim um dos profetas enviados por Alá. Ele disse: “O filme é enganoso e não é de Deus — é produzido pelo Diabo”.
Quando ela protestou, seu pai respondeu: "Não tenho mais espaço para você na minha casa. Vá embora com seus filhos".
Expulsão e ameaças
Então, o pai ligou para o marido da filha, que apoiou a decisão do sogro de mandá-la embora.
Ele lhe deu deu três meses para negar Jesus e voltar ao islamismo e ao marido: “Minha mãe tentou intervir, mas meu pai ficou ainda mais furioso e nos expulsou. Depois de um mês, minha mãe renunciou à fé cristã e voltou para ele”.
Em 10 de junho, seu marido se divorciou dela e, a partir de então, ela passou a receber ameaças de morte por outros membros da comunidade muçulmana.
“Recebi mensagens ameaçadoras de dois parentes dizendo que seria melhor que eu estivesse morta do que me tornar cristã, pois me tornei uma apóstata e deveria ser morta”, disse ela.
Então, no dia 13 de junho, ela fugiu com os filhos para uma área mais próxima da fronteira com o Quênia. Desde então, eles têm se mudado de aldeia em aldeia em busca de trabalho para suprir suas necessidades.
“Meu pedido de oração é para que Cristo, que mudou minha vida, também possa tocar minha família”, disse ela.
“Por favor, preciso das orações dos cristãos neste momento difícil. Se Deus me guiar para chegar ao Quênia, tenho certeza de que minhas necessidades e as das crianças serão atendidas por cristãos que vivem em diferentes partes do mundo”, concluiu.
Perseguição na Somália
A Constituição da Somália define o islamismo como a religião oficial do Estado e proíbe a divulgação de qualquer outra fé, segundo o Departamento de Estado dos EUA. Além disso, determina que todas as leis devem estar em conformidade com os princípios da sharia (lei islâmica), aplicando-se inclusive a não muçulmanos, sem exceções.
A pena de morte por apostasia é prevista na sharia, conforme interpretada pelas principais correntes da jurisprudência islâmica. Um dos grupos que segue essa doutrina é o Al Shabaab, um grupo terrorista aliado à Al-Qaeda.
Desde 2011, o Al Shabaab e seus simpatizantes também têm sido responsabilizados por diversos assassinatos de estrangeiros no norte do Quênia, em retaliação à intervenção das forças quenianas em uma coalizão africana contra o grupo na Somália, após ataques terroristas contra turistas e civis na costa do Quênia.
A Somália ficou em 2º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2025 como um dos lugares mais difíceis para ser cristão.
